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O Deus Incomum: "Não farás para ti imagem de escultura." Êxodo 20.4–6

Por Peter Goeman
Professor de Hebraico e Antigo Testamento (Shepherds Theological Seminary)
Publicado em 19 de janeiro de 2020

Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.

O primeiro mandamento declarou que Deus deve ocupar posição suprema acima de todas as coisas. Assim como o primeiro, o segundo mandamento é uma aplicação da supremacia do Criador. A verdade teológica que fundamenta o segundo mandamento é a seguinte: Deus não deve ser rebaixado à mesma posição da criação. Nada e ninguém deve ser elevado à posição devida a Deus como objeto supremo de nossa afeição e adoração. Além disso, Deus jamais deve ser tratado como um ser comum ou como parte da criação.

Como o primeiro, o segundo mandamento também está baseado em Gênesis 1. Isso fica evidente pela repetição da linguagem encontrada previamente em Gênesis 1—em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Este mandamento foca especificamente no ato de fazer representações de Deus na terra. Por implicação, ele também inclui fazer imagens a outras divindades. No entanto, o foco aqui é em como representar Deus.

Nos dias de Moisés, os povos do Oriente Próximo geralmente criam que uma divindade habitava, de fato, na estátua que a representava. O Criador verdadeiro, contudo, não pode ser confinado a coisas criadas porque Ele está infinitamente acima de toda a criação. Sua onipresença não pode ser limitada a uma representação de Sua pessoa. Dessa forma, Deus não pode ser representado por alguma forma comum criada.

Esse mandamento permanece válido para nós, os crentes do Novo Testamento. Deus ainda está acima da criação, não devendo jamais ser rebaixado ao nosso nível. Isso não significa que possuir uma imagem ou estátua de Jesus, por exemplo, seja inerentemente errado. A adoração ou veneração dada ao objeto é pecado. Porém, existe ainda mais uma aplicação desse mandamento. A ideia central do mandamento é não tratar Deus como um ser qualquer. Portanto, em nossa oração e adoração a Deus devemos manifestar a singularidade do Seu ser através de nossa reverência a Ele. Sim, existe um relacionamento próximo de Pai e filho entre Deus e os crentes, mas isso não anula o fato de que Deus ainda é o Criador! Fico profundamente triste quando ouço pessoas em suas orações tratando Deus como se Ele fosse um colega ou namorado(a). O mesmo se aplica a muitas músicas que entoamos nas nossas igrejas—elas não passam de plágios de músicas românticas aplicadas a Deus ou a Jesus Cristo. Você realmente acha que Deus se alegra em ouvi-lo cantar uma música romântica secular para Ele? Será que deveríamos usar em nossa adoração a Deus letras semelhantes às que fornicadores usam para suas namoradas? Isso não deve acontecer.

A severidade do mandamento é clara: porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. No caso de Israel, não prestar a honra devida a Deus resultava em consequências devastadoras que frequentemente duravam múltiplas gerações!

E você, será que adora de forma singular o Deus incomum?

 
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