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HOMOSSEXUALISMO PARTE 1

Por Peter Goeman
Professor de Hebraico e Antigo Testamento (Shepherds Theological Seminary)
Publicado em 28 de agosto de 2019

SERÁ QUE ATRAÇÃO POR PESSOAS DO MESMO SEXO É PECADO?

Embora alguns defendam que relação homossexual é boa desde que não prejudique ninguém, em meios cristãos existe uma abordagem um pouco mais clandestina para promover a aceitação de um estilo de vida homossexual. Essa abordagem afirma que a atração homossexual em si não é pecado; o pecado surge apenas quando se leva a atração para o âmbito prático. Em outras palavras, ser atraído pelo mesmo sexo não é pecado desde que o indivíduo não aja conforme esses impulsos. Em certo sentido, existe diferença entre a gravidade e as consequências de se entregar aos impulsos dessa atração. Contudo, será que a prática é o único pecado envolvido nessa discussão?

Com frequência, as pessoas fazem uma distinção entre orientação sexual e comportamento sexual. Alguns afirmam que não é pecado ser um “crente gay”; o importante é que esse “crente gay” permaneça celibatário pelo resto de sua vida, isto é, que não pratique atos homossexuais. Todavia, existem pelo menos dois motivos significantes por que não só atos homossexuais são pecaminosos, mas também a atração homossexual é pecaminosa em si.

1. Primeiro, É Pecado Desejar Aquilo que Deus Proibiu

Pelo fato de Deus ter proibido o relacionamento sexual por causa (a) da ordem da criação e (b) por causa dos imperativos bíblicos, é pecado desejar um relacionamento homossexual. Simplesmente, é sempre pecado desejar aquilo que Deus proibiu.

O mesmo princípio se aplica a várias outras áreas da vida. Quer seja desejar a esposa ou as posses do vizinho, qualquer expressão de cobiça é pecaminosa no âmbito do mero desejo porque é um desejo que não temos direito algum de buscar. Por causa da queda no pecado, nós somos tentados por várias formas de pecado de diversas maneiras. Entretanto, não é certo pensar que, pelo fato de um desejo ser mais natural para um do que para outros, esse desejo não é pecaminoso para tais indivíduos mais inclinados para ele. Esse tipo de raciocínio desconsidera os efeitos mentais do pecado.

2. “Desejo” e “Lascívia” São Termos Intercambiáveis nas Escrituras

Alguns argumentam que existe diferença entre o desejo e a lascívia. Às vezes, a lascívia é retratada como uma espécie de desejo descontrolado. Contudo, o vocabulário bíblico rejeita essa dicotomia entre desejo e lascívia. Por exemplo:

27Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela (Mateus 5.27–28).

Em Mateus 5, o termo grego traduzido como intenção impura é epithymeō, o qual significa simplesmente “desejo”. Porém, uma vez que esse desejo está no contexto de algo proibido por Deus—a saber, uma mulher que não é sua esposa—, muitas versões traduzem o termo com conotações negativas, informando-nos de que se trata de um desejo maligno que não é permitido.

Compare essa ocorrência do termo epithymeō em Mateus 5.28 dentro de um contexto negativo com 1 Timóteo 3.1:

Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.

A excelente obra que o crente almeja ou deseja é o episcopado, isto é, o ministério pastoral. O mesmo verbo grego epithymeō é empregado para se referir a algo sublime aqui—um desejo positivo e nobre aos olhos de Deus.

Portanto, o verbo é utilizado em referência tanto a bons como a perversos desejos. O único motivo por que tradutores da Bíblia usam palavras diferentes para traduzi-lo (como lascívia, desejo, olhar impuro) é o contexto, mas o que está em vista é o desejo em si.

Esses exemplos ilustram que é incorreto afirmar que o desejo homossexual é correto desde que não se transforme em lascívia. Biblicamente falando, a lascívia é simplesmente o desejo por algo pecaminoso.

À luz disso, podemos afirmar que o desejo homossexual (o que muitos chamam de orientação) é, de fato, pecaminoso. Como pecado, o indivíduo que tem esse desejo deve lidar com ele da mesma forma como aqueles inclinados ao álcool ou à fornicação. Temos que entender onde é travada a batalha contra o pecado—na mente.

Afirmar que o desejo homossexual é pecado não significa que crentes não podem lutar contra esse desejo. Vivemos em um mundo caído no pecado e é responsabilidade da igreja fornecer conselho e ajuda àqueles que batalham contra cada tipo de pecado. O fato de um crente lutar com determinado tipo de pecado não o torna inferior a outros crentes. Isso porque um crente não é identificado como gay, alcoólatra ou predador sexual. Um crente genuíno é identificado como crente por causa de sua identidade em Cristo Jesus. É isso o que ele é e essa é sua única identidade.

 
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