Publicado em 13 de outubro de 2019
Devocionais Sabedoria
Casa Dividida
3Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram: Deixa este lugar e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. 4Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. 5Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele.
(João 7.3–5)
Essa é uma passagem forte do Evangelho de João, pois nos fornece entendimento acerca de uma maneira significante como Jesus Cristo pode se identificar com muitos de nós hoje.
João nos apresenta aos irmãos de Jesus e adiciona um detalhe trágico: nem mesmo os seus irmãos criam nele (v. 5). Imagine como deve ter sido a vida familiar de Jesus. A sociedade considera Maria uma fornicadora, um título que se agarra a ela pelo resto de sua vida; parece que até mesmo seus filhos não acreditam nessa história de nascimento virginal. Se houve uma casa dividida na história da humanidade, essa foi a casa de Jesus.
Note as duas acusações que os irmãos de Jesus fazem no verso 4. Primeiro, eles lhe dizem: ninguém há que procure ser conhecido em público. Em outras palavras, “Jesus, nós sabemos que você só está querendo ficar famoso!” Esse é um golpe em suas motivações. Mais adiante no verso 4, eles ainda colocam mais sal na ferida, dizendo: Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Essa é outra forma de dizer, “Jesus, se você é o Filho de Deus mesmo, então por que não prova logo?”
Talvez você se identifique com o nosso Senhor aqui. Será que existem pessoas em sua família que pensam ser loucura essa história de crer em Jesus? Quem sabe, elas dizem coisas do tipo: “Se Deus existe, por que ele não responde orações? Por que ele permitiu que eu tivesse esse câncer? Por que ele não se revela?”
Provavelmente, não existe nada mais doloroso emocionalmente do que ser rejeitado e caluniado por sua própria família. Nessa passagem, Jesus nos ensina como reagir em meio às perseguições familiares do dia a dia.
Primeiramente, perceba que ele não retaliou. Jesus poderia ter apontado o dedo para seu irmão Tiago e dito: “Tiago, sei muito bem o pensamento perverso que passou em sua mente ontem. Também sei como xingou o vizinho na semana passada. Você está dizendo que eu sou um hipócrita? Bom, deixe-me revelar a sua hipocrisia!” Mas ele não fez isso.
Mansidão é uma disciplina espiritual; ela vai contra nossa natureza. Portanto, serve como um indicador óbvio de que pertencemos a Cristo. “Os mansos herdarão a terra”, afirmou Jesus em Mateus 5.5. Pedro relembra a nós de que um espírito manso é agradável aos olhos de Deus (1 Pedro 3.4) e até capaz de ganhar para Cristo um cônjuge descrente. Quando seus familiares ouvem você conversando e observam suas atitudes, será que ouvem e veem um indivíduo manso? Acima de tudo, será que Deus vê você como uma pessoa mansa?
Perceba o segundo ensinamento no exemplo de Jesus aqui: ele não debate a futilidade da religiosidade de seus irmãos. Ele poderia ter passado alguns minutos condenando o Judaísmo deles, mostrando-lhes que suas peregrinações a Jerusalém não os colocavam numa posição justa diante de Deus. Ao invés disso, ele os encoraja a comparecer à festa da qual ele mesmo era o cumprimento!
Não estou sugerindo que você não fale a verdade do evangelho para aquele filho, filha, cônjuge ou amigo descrente. Estou apenas chamando sua atenção para o poder inerente e inspirado por Deus no aspecto da mansidão.
Testemunhe a outros de forma bondosa. Testemunhe com paciência, lembrando-se sempre de que “a resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15.1).
A mansidão serve como indicar óbvio de que pertencemos a Cristo.