Publicado em 5 de agosto de 2019
Devocionais Sabedoria
PERSPECTIVA
30A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador, e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles; 31e, havendo-se retirado, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão. 32Então, Agripa se dirigiu a Festo e disse: Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César.
(Atos 26.30–32)
Jamais me esquecerei da história de Steve Linscott, um universitário em uma instituição evangélica que foi julgado pelo assassinato de uma aluna de enfermagem que morava em seu bairro. O juiz deu o veredito de “culpado” principalmente porque o jovem havia sonhado com o assassinato da moça. Seguindo o conselho bem intencionado de amigos, ele contou o sonho à polícia; acabou preso porque as autoridades interpretaram o sonho como a confissão de um assassino psicopata. Sua sentença: quarenta anos de prisão.
Vivendo todo esse tempo separado de sua esposa e filhos, demorou doze anos para que sua inocência fosse comprovada e Steve libertado após dezenas de apelações judiciais. Ao refletir sobre aquele julgamento difícil, Steve Linscott escreveu as seguintes palavras profundas:
Preciso entender que não podemos julgar os propósitos de Deus, nem o lugar onde nos coloca, nem por que escolhe um caminho para nós ao invés de outro. A Bíblia está repleta de exemplos de atitudes de Deus (ou falta de atitudes) que parecem injustas ou não fazer sentido, a não ser que as enxerguemos à luz do plano perfeito de Deus. Milhares de crianças foram massacradas enquanto o bebezinho Moisés foi poupado. Jacó era um ladrão; mesmo assim, foi ele, não seu irmão Esaú, quem recebeu a bênção do pai Isaque. De certa forma, parece não fazer sentido algum Deus permitir seu Filho morrer pelos pecados dos homens. Mas Deus tem um plano, um plano perfeito.
Para Paulo, dois anos de aprisionamento se passaram e nenhum veredito foi dado. Será que ele se tornará um homem livre novamente? Será que conseguirá chegar a Roma? Qual é o plano de Deus em meio a tudo isso?
Aqui em Atos 26, o apóstolo se põe diante do rei Agripa e proclama um testemunho poderoso e honesto. O rei quase dobra os joelhos diante de Cristo ali mesmo; ele até puxa Festo de lado e declara que Paulo é inocente! Mas ele, por acaso, solta Paulo? Não. A série de decisões injustas e sem sentido continua. No final do capítulo 26, Paulo deixa o tribunal do mesmo jeito que entrou: em cadeias.
Será que esse é um retrato da sua vida hoje? Você se encontra agora no meio de um julgamento que parece não fazer sentido? Quem sabe você perdeu um emprego ou uma casa; talvez se tornou vítima de um acidente que não foi culpa sua. E aí, você tem questionado a bondade e a soberania de Deus ou se agarra a esses atributos?
As cadeias de Paulo, no fim, o conduzirão ao palácio de César; como resultado, muitos virão à fé em Cristo. Deus tinha um plano perfeito para Paulo e ele tem um plano perfeito para você também. Entretanto, é preciso confiar no Senhor. Conforme afirmou Salomão: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3.5–6).
O caminho pode até parecer tortuoso de onde você se encontra agora, mas um dia o verá da perspectiva de Deus. Então, tudo fará perfeito sentido.